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Os cerca de 2.500 trabalhadores terceirizados do Polo Petroquímico de Triunfo ratificaram, em nova assembleia na manhã desta quarta-feira (26) manter a greve que iniciou dia 21 de junho, por tempo indeterminado. O movimento, segundo o Sindiconstrupolo, que representa estes trabalhadores, foi o último recurso frente a intransigência das empresas em relação às reivindicações da categoria.
Desde que iniciou o movimento, as empresas tentaram, via justiça, interdito proibitório para impedir a greve e pediram a ilegalidade do movimento. Em todas elas, o pedido foi negado, e reconhecida a legitimidade da greve da categoria que está em campanha salarial e que tem mostrado vontade de negociar em patamares que atendam minimamente os trabalhadores. Frente a isso, as empresas partiram para o assédio aos trabalhadores, pressionando e ameaçando com demissões e não pagamento dos salários.
“Estamos em campanha salarial e manifestamos várias vezes nossa disposição de negociar, inclusive na audiência do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-4) nesta terça-feira (25). Mas não podemos aceitar a proposta rebaixada apresentada pelas empresas num momento em que os trabalhadores estão lutando para reconstruir suas vidas”, defende o presidente do Sindicato, Júlio Selistre.
Segundo o dirigente, não se trata só do percentual de reajuste, que os trabalhadores pedem 6,5% e as empresas ofereceram 4,5%, mas de avanços em diversos outros itens fundamentais como o fornecimento de café da manhã e reajuste no vale alimentação, por exemplo.
Além do apoio de outros sindicatos, como Sindipolo (que representa os trabalhadores diretos do Polo), dos metalúrgicos, dos petroleiros, da CUT-RS, o movimento também está buscando o apoio de parlamentares para intercederem junto às empresas contratantes Innova, Oxiteno, Arlanxeo e principalmente a Braskem, que contrata cerca de 70% desta mão de obra terceirizada, para que também conversem com suas contratadas de forma a mediar uma solução para o impasse. Neste sentido, está agendada uma reunião para as 15h desta quarta-feira (26) na Assembleia Legislativa, para tratar a questão com o deputado Miguel Rossetto e outros parlamentares.
“Vamos continuar em greve até que as empresas sentem e negociem, como foi sugerido inclusive pelo TRT-4. As reivindicações dos trabalhadores são justas e necessárias. Estamos falando de 2500 famílias, boa parte delas atingidas diretamente pelas enchentes, já que muitos residem em municípios do entorno do Polo e região metropolitana, e qualquer percentual no reajuste destes trabalhadores ou avanços nos benefícios é muito importante para todos. Doações de alimentos e material de higiene são bem-vindos, mas os trabalhadores precisam mesmo é de salário digno de forma a poderem reconstruir suas vidas”, pontou o sindicalista.
O dirigente reiterou a disposição do Sindicato de negociar, mas afirmou que o assédio que está sendo feito pelas empresas não será aceito de forma alguma. “Esta postura só reforça a forma intransigente como as empresas estão tratando a negociação e tem gerado indignação junto aos trabalhadores, que aderiram maciçamente a greve. Não vamos recuar frente as ameaças. Queremos o diálogo e uma proposta que atenda minimamente às reivindicações da categoria. Não vamos aceitar uma proposta no cabresto”, finalizou ele.
Assessoria de Comunicação
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