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Os cerca de 2500 trabalhadores terceirizados do Polo Petroquímico de Triunfo encerraram nesta quinta-feira (27), em assembleia realizada pela manhã, a greve iniciada dia 21 de junho por avanços e melhorias na negociação com as empresas em sua campanha salarial 2024/2025. A decisão foi tomada depois de ser apresentada a nova proposta apresentada pelas empresas no final da tarde da quarta-feira (26), onde garantem importantes avanços em relação a pauta da categoria.
De acordo com o presidente do Sindiconstrupolo, Júlio Selistra, a proposta não atende a tudo que os trabalhadores reivindicavam, mas avanços em importantes pontos. “A unidade e a disposição de luta dos trabalhadores, que realizaram um movimento justo, reconhecido inclusive pelo judiciário como legal, mostrou às empresas que elas precisavam avançar. E foi isso que fez com que a assembleia deliberasse por encerrar o movimento paredista”, pontuou ele.
De acordo com o dirigentes, a nova proposta representa uma vitória da categoria que durante todo o tempo de greve sofreu a pressão das empresas. Elas tentaram quatro interditos proibitórios que foram negados pela Justiça; uma tentativa de mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-4) frustrada, quando a orientação foi de que a greve era legítima e as empresas deveriam retomar as negociações; e praticaram todo tipo de assédio moral, como ameaças de demissão e não pagamento dos salários, chuva, falta de transporte e alimentação. Mesmo assim a categoria resistiu, com uma adesão de praticamente 100% dos trabalhadores.
Tanto que na quarta-feira, como tentativa de pressionar as empresas a retomarem as negociações, os sindicatos estiveram reunidos com os parlamentares na Assembleia Legislativa do RS e, na quinta-feira (27), retornaram ao Legislativo, desta vez para denunciar o assédio e a postura das empresas na sessão da Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado.
A nova proposta apresenta um aumento de 5% na correção salarial, superando o índice do INPC de 3,34%, além de melhorias nos benefícios como aumento no Vale Alimentação, introdução de um auxílio para café da manhã, e aumento no valor da Cesta Natalina.
“Isso que a gente vê aqui, é uma demonstração da mobilização da categoria, de todo trabalhador terceirizado. Forte, unido. Quatro dias de greve abaixo de chuva, sem transporte para o retorno para casa, sem alimentação. Um descaso total da patronal e da Braskem. Mas o sindicato juntamente com seus trabalhadores, não baixou a guarda. Fomos à luta para avançar na proposta para os trabalhadores”, destacou Júlio.
Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS, participou da assembleia e elogiou a determinação dos trabalhadores em não ceder à pressão dos empregadores, destacando a importância da mobilização para combater a exploração laboral. “Temos que achar caminhos para diminuir a exploração da patronal, por isso parabéns pelo movimento de vocês, que não aceitaram a intimidação dos patrões, e hoje estão saindo vitoriosos”, comemorou.
O presidente do Sindipolo, Ivonei Arnt, também enalteceu a coragem dos trabalhadores, ressaltando que a greve foi fundamental para assegurar condições dignas de trabalho. “Aqui tem sindicato, tem organização, que não é na base da intimidação, que eles vão botar goela abaixo uma campanha salarial com reajuste reduzido, e sem correção do vale alimentação e demais benefícios. Tivemos quatro dias de muita luta, muita determinação, onde demos o recado a essas empresas”.
Os trabalhadores terceirizados do Polo tiveram, ainda, apoio de outras categorias, como metalúrgicos e petroleiros, e de parlamentares, como os deputados Miguel Rossetto, Sofia Cavedon e Stela Farias.
A greve no Polo Petroquímico de Triunfo não apenas resultou em ganhos concretos para os trabalhadores, mas também fortaleceu o movimento sindical na região, demonstrando a importância da união e da luta coletiva na defesa dos direitos trabalhistas.
Assessoria de Comunicação
C/Informações da CUT-RS
27/06/2024 19:23:41
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